1 de fevereiro de 2011

Conhecedo um pouco dos Santos de nossa Igreja

2 de Fevereiro dia de Nossa Senhora dos Navegantes ou
N. S. das Candeias (da Luz ou Candelária) - Festa da Purificação de Nossa Senhora

Consta que o início da devoção à Nossa Senhora dos Navegantes originou-se na Idade Média por ocasião das Cruzadas, quando os cristãos invocavam a proteção de Maria Santíssima. Sob o título de "Estrela do Mar", rogavam sua proteção os cruzados que faziam a travessia pelo Mar Mediterrâneo em direção à Palestina. É a padroeira não só dos navegantes, mas também de todos os viajantes. Tal tradição foi mantida entre os marítimos e foi difundida pelos navegadores portugueses e espanhóis, disseminando-se entre os pescadores litorâneos principalmente nas terras colonizadas pela Espanha e Portugal. As conseqüências foram a multiplicação de capelas, igrejas e santuários nas regiões pesqueiras, particularmente no Sul do Brasil, onde a concentração de cidades que a veneram como padroeira é significativamente expressiva.

Nas cidades de Balneário Arroio do Silva, Laguna, Balneário Barra do Sul, Ouro, Mondaí, Bombinhas e Navegantes, a devoção à Senhora dos Navegantes é tão expressiva que, por decreto, foram instituídos feriados nestes municípios catarinenses.

Destacando-se a cidade de Navegantes que, primitivamente, pertencia à Itajaí, então habitada por índios carijós. A demarcação de uma sesmaria na praia de Itajaí deu-se por ordem do Conde Resende, Vice-Rei. Foi em 1795 que José Ferreira de Mendonça efetuou a demarcação da Real Fazenda. A comunidade de Navegantes, canonicamente, pertencia à Paróquia do Santíssimo Sacramento de Itajaí. Em 23 de janeiro de 1896 a "Camara Episcopal de Corytiba" concedia "licença para que no lado esquerdo do Rio grande de Itajahy se possa erigir uma capela sob a invocação de Nª Sª dos Navegantes, de S. Sebastião e de S. Amaro". O Padre Antônio Eising, então Vigário da Paróquia de Itajaí foi quem fez a solicitação. Recebendo a promulgação oficial, iniciou a construção da Capela, que ficou pronta em 1907 sendo sua inauguração comemorada com três dias de festas: 7, 8 e 9 de setembro daquele ano. Navegantes só foi elevado à categoria de município em 30 de maio de 1962 e, consequentemente a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes foi elevada a Paróquia. Por ocasião dos festejos comemorativos aos 25 anos da Paróquia criada, a 19 de julho de 1987, o então Bispo Auxiliar (hoje Arcebispo Metropolitano) da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, fez a dedicação do Altar e da igreja Matriz. Em 1996, por Decreto da Cúria Metropolitana, a igreja Matriz foi elevada a Santuário Arquidiocesano, sob a invocação de Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes.

REFLEXÕES

A festa presente, qual ramalhete de flores, apresenta-nos virtudes de quantidade, cada qual mais bela e encantadora. É lamentável a ocorrência simultânea, especialmente no Brasil, de festividade pagã comemorada também no Ano Novo, mediante oferendas, tributos e homenagens à "Iemanjá", cognominada por umbandistas e macumbeiros como "rainha do mar", esteja tão arraigada no País como variação da devoção afro-brasileira. Prática terrível e blasfematória é a comparação dessa figura à Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe dos homens. Especialmente quando a devoção foge às raias da cultura do povo humilde e ignorante, sendo incorporada ao discurso das classes intelectuais mais elevadas, por motivos meramente políticos e pessoais. Aí sim, a feição torna-se muito mais perigosa, pois que propalada por pessoas, em tese, com discernimento religioso mais acentuado. É o que podemos chamar de exploração intelectual do povo para promoção pessoal. Tanto a estes, quanto aqueles, o Senhor Adverte nas Escrituras:
"O servo que, havendo conhecido a vontade do amo, não se preparou, nem agiu conforme essa vontade, receberá grande número de açoites. Mas, aquele que a desconhece e tiver feito algo que mereça castigo, levará poucos açoites. Porque, a quem muito se tiver dado, muito lhe será exigido; quanto mais se confia a alguém, mais dele se exigirá. (Lc 12, 47-48)
Ainda neste propósito, lembremos que as Escrituras revelam o sério papel de Maria, tanto no primeiro livro (Gênesis), quanto no último (Apocalipse):

1. No Gênesis:
"Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela (própria) te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gen. 3,15 - diálogo de Deus com a Serpente, a quem Maria foi incumbida de esmagar a cabeça)

2. No Apocalipse:
E o dragão, depois que se viu precitado na terra, começou a perseguir a Mulher que havia dado à luz o filho varão; E foram dadas, à mulher, duas asas de uma grande águia, para voar para o deserto, ao lugar do seu retiro, onde é sustentada por um tempo, dois tempos e metade de um tempo, longe da presença da serpente. Esta lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que fosse arrebatada pela correnteza. Porém, a terra ajudou a mulher, abrindo a sua boca e engoliu o rio que o dragão tinha vomitado da sua goela. O dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra aos outros seus filhos, que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. E ele (o Demônio) deixou-se estar sobre a areia do mar. (Apoc 12, 13 - 18)

Para nós cristãos, não seria tempo de refletir no papel importantíssimo desempenhado por Maria, no plano da Salvação? Seríamos capazes de nos entregar a divertimentos profanos à beira da praia, nesta época do ano? Não é verdade que urge aqui um grande ponto de reflexão para nós? Confundir "Iemanjá" com Nossa Senhora é sedução, é confusão semeada pelo Maligno! Tudo na mais astuta sutileza, simplicidade; o convite para "brincar na praia", seja por superstição, devoção ou somente por farra, como também deixar de ensinar a verdade aos nossos irmãos, por simples questão de respeito humano, pode acarretar em conseqüência irremediável: A perdição eterna!

Quem é católico praticante ou procura encontrar a verdade, ouve os ensinamentos da Igreja e não se deixa seduzir por cultos ou crendices que podem comprometer a salvação da alma. Renovemos hoje o nosso amor e devoção a Maria Santíssima. Reparemos, porém, uma coisa: A devoção à Santíssima Virgem requer antes de tudo a imitação das virtudes da Mãe de Deus. Pouco adianta dizer-se devoto de Maria Santíssima quando no coração reina o espírito mundano, a vaidade, o orgulho, a impureza. O verdadeiro devoto de Maria Santíssima ama o que Ela ama: Deus e a virtude; e odeia o que Ela odeia: O pecado e tudo o que a ele conduz.
“Ó Maria concebida, sem pecado. Rogai por nós, que recorremos a vós.”


Oração à Nossa Senhora dos Navegantes

Ó Nossa Senhora dos Navegantes, Santíssima Filha de Deus, criador do céu, da terra, dos rios, lagos e mares; protegei-me em todas as minhas viagens.
Que ventos, tempestades, borrascas, raios e ressacas não pertubem a minha embarcação e que nenhuma criatura nem incidentes imprevistos causem alteração e atraso na minha viagem ou me desviem da rota traçada.
Virgem Maria, Senhora dos Navegantes, minha vida é a travessia de um mar furioso. As tentações, os fracassos e as desilusões são ondas impetuosas que ameaçam afundar minha frágil embarcação no abismo do desânimo e do desespero.
Nossa Senhora dos Navegantes, nas horas de perigo eu penso em vós e o medo desaparece; o ânimo e a disposição de lutar e de vencer torna a me fortalecer. Com a vossa proteção e a bênção de vosso Filho, a embarcação da minha vida há de ancorar segura e tranqüila no porto da eternidade. Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por nós

È também dia de Santa Catarina

Santa Catarina, uma das maiores Santas da idade média, nasceu em Florença, de família ilustríssima. Deus infundira no coração da criança um grande amor a oração e outras práticas de piedade, amor este que a levou ao desprezo de tudo que é do mundo. Com sete anos de idade foi confiada às religiosas do convento de Monticelli. Uma vez em contato íntimo com a vida religiosa, tanto se lhe afeiçoou, que, mais tarde, quando teve de voltar ao lar paterno, no meio dos trabalhos domésticos conservou os costumes do convento.

Bem a contragosto da jovem, o pai tratou de ligá-la pelos laços matrimoniais a um moço distinto de suas relações. Tantas foram as insistências da filha, que afinal desistiram do plano, consentindo que tomasse o hábito da Ordem dominicana, no convento de Prado, na Toscana. Catarina tinha apenas quatorze anos.

Tendo operado a separação definitiva do mundo, Catarina não só sentiu a alma invadida da mais pura alegria, como tratou, desde o primeiro instante, de adquirir as virtudes de religiosa perfeita. A bula da canonização confirma que sua vida no noviciado foi de uma santidade angélica. Admirável era sua humildade, que a fazia não recuar diante dos trabalhos mais humildes de casa, ficando-lhe o espírito sempre unido a Deus. Tendo apenas 25 anos de idade, foi eleita superiora, cargo que ocupou até a morte, contribuindo assim para maior satisfação das Irmãs, para as quais era uma verdadeira mãe. Governava pelo bom exemplo na prática de todas as virtudes, conseguindo assim que na comunidade reinasse sempre ótimo espírito, e as religiosas se esforçavam a seguir o exemplo da superiora.

Tomara para exemplo o modelo Jesus Crucificado, a quem dedicava o mais terno amor. A Sagrada Paixão e Morte de Jesus estava-lhe sempre diante dos olhos, e os lábios pronunciavam-lhe constantemente jaculatórias e saudações ao bem amado na Cruz, cuja meditação era, por assim dizer, o pão de cada dia da Santa. O maior desejo consistia-lhe em poder participar dos sofrimentos de Jesus Cristo e sentir no corpo o que Ele sentiu nas três horas de agonia.

Sempre que nas quintas-feiras de tarde começava a meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, entrava em êxtase, permanecendo neste estado até o dia seguinte. Era nestas ocasiões que sua alma via a Sagrada Paixão e Morte de Jesus em todos os pormenores, tomando parte mais ou menos ativa no grande sofrimento do divino Mestre. Além destes sofrimentos místicos, Deus mandou-lhes outros em forma de doenças graves e dolorosas. Em vez de lhe diminuírem a fé, aumentavam-na, e na santa Comunhão encontrava a graça e força divinas, para levar a cruz com merecimento.

As Irmãs observaram muitas vezes que Catarina, tendo recebido a santa Comunhão, parecia rodeada de luz celestial, e o corpo elevava-se acima do leito. Inimiga do próprio corpo, castigava-o com duras mortificações, quanto às Irmãs dedicava as maiores atenções, vendo-as sofrer qualquer coisa. Durante 48 anos não se alimentava senão de pão e água concedendo ao corpo um repouso noturno de três horas apenas. Tanto mais é para admirar este espírito de penitência, sabendo-se que a santa nunca cometera um pecado mortal.

Grandes e extraordinárias foram também as graças, de que Deus cumulou sua serva. Catarina possuía o dom da profecia, do conhecimento de coisas ocultas, da cura de doenças e da multiplicação de mantimentos em favor dos pobres.

Maria Santíssima dignou-se de aparecer à serva de Deus e reclinou-lhe nos braços o Menino Jesus Cristo, que a consolava com dulcíssimos colóquios, e lhe imprimiu os sinais das chagas nas mãos, nos pés e no lado. Célebre é a visão de Jesus Cristo Crucificado, o qual desprendeu a mão da Cruz e a abraçou ternamente.

Em outra visão lhe ofereceu um anel, em sinal de sua união mística. ( O Papa Bento XIV menciona na bula de canonização todos estes fatos extraordinários. O sábio e esclarecido Papa não o teria feito, se, após sério estudo, não tivesse certeza da autenticidade dos mesmos). Catarina, porém, permaneceu humilde, procurando ocultar perante os homens todas as provas de predileção divina.

Tendo tido notícia de que uma das Irmãs havia tomado nota do que de extraordinário e louvável lhe ocorrera na vida, deu ordem para que tudo fosse entregue às chamas. Contudo não lhe era possível impedir que a fama de sua santidade se divulgasse dia por dia. De toda a parte vinham pessoas, entre as quais algumas de alta colocação social e política, ouvir seus conselhos e pedir-lhe intercessão junto a Deus. Sendo-lhe insuportável isto, pediu a Deus que restringisse os benefícios ou, que pelo menos não os manifestasse aos homens. Também este pedido teve acolhimento. Deus permitiu que a fama se transformasse em desprezo, e que Catarina por muitos fosse taxada de impostora e hipócrita. Esta provação Catarina a suportou com maior indiferença e uma paciência admirável. Conhecedores da vida religiosa dizem que a santidade de Catarina mais se manifestou e brilhou nos dias tristíssimos da difamação e calúnia, do que na época das profecias e grandes milagres. São Felipe Nery, contemporâneo de Catarina, tinha em grande consideração a serva de Deus, com a qual mantinha viva correspondência. Ele mesmo diz que, por uma graça excepcional de Deus, teve a visão da Santa, com a qual se deteve demoradamente.

Pelo fim da vida, Catarina foi acometida de doenças gravíssimas e dolorosas. Se a Sagrada Paixão e Morte de Jesus lhe era sempre a meditação predileta, muito mais no momento em que a alma se lhe preparava para as núpcias eternas. Com muita devoção recebeu os últimos Sacramentos, segurando sempre nas mãos a imagem do Crucifixo. Na hora da morte abriu os braços em cruz, e nesta posição entregou o espírito a Deus. As Irmãs que se achavam presentes, ouviram distintamente uma música de harmonias celestiais e Santa Madalena de Pazi, que se achava em Florença, viu numa visão a alma de Catarina fazer a entrada triunfal no céu, acompanhada de grande multidão de Anjos.

Catarina morreu aos 11 de fevereiro de 1590, tendo sido canonizada em 1746, pontificado de Bento XIV.

Santos de nossa Igreja rogai por nós.


Fonte: aqui

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