Palavra é símbolo.
Simboliza um objeto. Como um tijolo.
Simboliza o ser. Como o homem.
Simboliza ação. Como construir.
Simboliza a idéia. Como construção.
A Palavra não simboliza a pessoa, apenas a designa, dá-lhe um nome. Mas a palavra revela a pessoa: somos aquilo que falamos e como falamos.
Às vezes, as palavras dos homens são belas e boas, sobretudo quando anunciam descobertas, quando proclamam a paz, quando se enamoram de poesia, quando facilitam a reconciliação, quando criam fontes de afeto e de solidariedade, quando revelam os bons sentimentos e perdoam os maus, quando falam a verdade, quando gritam por justiça, quando desejam felicidade, quando não se maculam de mentiras e vaidades.
A Palavra de Deus revela Deus e revela o Homem ao Homem. Como um espelho de cristal.
Sempre, e não às vezes, ele anuncia a Verdade, conclama à paz, anuncia a felicidade, revela a justiça e a poesia, facilita a solidariedade, cria a reconciliação, recria o Homem e suas palavras, perdoa os maus e os bons, fala de um Deus eternamente apaixonado.
Como um tijolo, versículo por versículo, constrói em nós os traços de Deus, os gestos de Deus. E, como um tijolo, é realidade concreta, palpável, indelével.
Como uma construção, tem alicerces que querem se fincar no solo mais amado: o coração humano. E, como uma construção, exige construtores vocacionados a construir pontes e casas, escolas e parques, não prisões e muralhas, esconderijos e tugúrios.
A nova palavra tem valia se apoiada na Palavra de Deus, se alicerçada em sua rocha, se em conformidade com seu conteúdo.
Maria, senhora das dores dos seus filhos, entendeu e disse:
“Fiat mihi secundum verbum tuum.”
“Ó Senhor, que eu sinta, no meu coração, tanto quanto for possível, aquele excessivo amor, do qual Tu, Filho de Deus, estavas inflamado, para voluntariamente suportar uma tal Paixão por nós, pecadores.”
Protegidos pela Mãe de Jesus, animados pelo caminho de Francisco, incrustemos a Palavra de Deus em nossa vida, em nossos gestos e em nosso coração, como uma pedra preciosa pela qual se esquecem todos os outros tesouros.
Frei Yves Terral, TOR
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